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Guerrón perde pênalti, e Coritiba é tricampeão paranaense

Manoel e Everton Ribeiro brigam pela bola em final bastante disputada no Couto Pereira. Foto: Felipe Gabriel/Agência Lance

Manoel e Everton Ribeiro brigam pela bola em final bastante disputada no Couto Pereira

O Coritiba contou com um pênalti perdido pelo atacante atleticano Guerrón neste domingo para se sagrar tricampeão paranaense. Após um empate sem gols no Couto Pereira, o título foi decidido na cobrança de penalidades. Superior no jogo, o time alviverde converteu seus cinco pênaltis e viu o equatoriano do Atlético-PR perder a sua cobrança, defendida por Vanderlei. Assim, venceu por 5 a 4 e levou o tricampeonato do Paranaense, que não vinha desde 1973.

Neste domingo, ambas as equipes precisavam da vitória pelo regulamento incomum do estadual do Paraná. Nos dois jogos das finais não havia saldo de gols, e por isso um triunfo por qualquer diferença de gols tinha o mesmo efeito. Como Coritiba e Atlético empataram por 2 a 2 na Vila Capanema, na semana passada, uma nova igualdade levaria a decisão para a disputa de pênaltis.

Na finalíssima do Couto Pereira, que recebeu bom público, o primeiro tempo foi de baixo nível técnico. Apesar de as duas equipes disputarem a bola com muita vontade, poucas jogadas de perigo foram criadas por ambos os times. O Coritiba foi quem chegou primeiro, aos 17min, quando uma cabeçada que ia para longe desviou em Renan Teixeira e assustou o goleiro Rodolfo.

Pouco tempo depois, o Coritiba perdeu força ao ter o seu capitão substituído. Com dores e mancando, Tcheco saiu para a entrada de Djair. Mesmo assim, a equipe criou mais uma boa oportunidade. Aos 27min, Anderson Aquino cruzou na boca do gol e o Rodolfo saiu para ficar com a bola. Ainda no primeiro tempo, a torcida alviverde reclamou de pênalti em Rafinha. O meia sofreu carga na área de Bruno Costa, que logo depois saiu de campo sentindo dores na coxa, substituído por Héracles.

A etapa inicial então terminou com leve superioridade do Coritiba, que conseguiu ser mais perigoso quando chegou à frente. O Atlético, por sua vez, apostava nos contragolpes, puxados principalmente por Guerrón, mas o equatoriano tinha dificuldades para dar continuidade às jogadas, quase sempre sozinho no ataque.

Na volta do intervalo, os times retornaram modificados. No Coritiba, Anderson Aquino saiu para a entrada de Everton Costa, enquanto Renan Teixeira foi substituído por Alan Bahia no Atlético. E assim o segundo tempo começou com a equipe da casa novamente melhor, como seria até o final da partida. Nem a saída de Rafinha no Coritiba, que vinha bem no jogo, foi suficiente para equilibrar as coisas.

Sem conseguir se organizar no ataque durante todo o segundo tempo, o Atlético saiu no lucro ao levar a decisão para os pênaltis. O Coritiba, por sua vez, ainda quase marcou aos 28min, com Everton Costa, que cabeceou a queima roupa uma bola alçada por Lincoln. Rodolfo, porém, fez grande defesa e evitou a chance de gol mais clara do jogo.

Nos pênaltis, o torcedor atleticano suou frio quando Alan Bahia quase errou a primeira cobrança. Vanderlei acertou o canto e tocou na bola, mas ela morreu no canto oposto, entrando por pouco. Daí para a frente os cobradores foram bem e todos iam convertendo suas cobranças - Lincoln, Roberto e Junior Urso pelo Coritiba; Deivid e Zezinho para o Atlético.

Mas então Guerrón bateu mal a quarta cobrança, quase no meio do gol, e Vanderlei brilhou para defender e dar a vantagem ao Coritiba. Depois, Everton Costa e Ligüera marcaram, e enfim Everton Ribeiro teve a responsabilidade de bater o último pênalti e garantir o tri da equipe alviverde.

Ficha técnica

CORITIBA 0 (5) x 0 (4) ATLÉTICO-PR

CORITIBA: Vanderlei; Gil, Démerson, Emerson e Lucas Mendes; Júnior Urso, Tcheco (Djair), Rafinha (Lincoln) e Everton Ribeiro; Anderson Aquino (Everton Costa) e Roberto
Treinador: Marcelo Oliveira

ATLÉTICO-PR: Rodolfo; Cleverson, Manoel, Renan Foguinho e Bruno Costa (Héracles); Deivid, Renan Teixeira (Alan Bahia), Paulo Baier (Ligüera) e Zezinho; Guerrón e Edigar Junio
Treinador: Juan Carrasco

Cartões amarelos
CORITIBA: Gil, Everton Costa, Djair e Everton Ribeiro
ATLÉTICO-PR: Rodolfo, Héracles, Zezinho, Deivid e Guerrón

Árbitro 
Adriano Milczvski

Local 
Estádio Couto Pereira, em Curitiba (PR)

Marcelo Oliveira acredita em disputa aberta e ofensiva da dupla Atletiba

O treinador mantém o time indefinido até o domingo, pois acredita que um detalhe pode ser decisivo em um jogo em que vale tanto para os dois lados

Marcelo Oliveira técnico do Coritiba (Foto: Gabriel Hamilko / GloboEsporte.com)
Oliveira orienta o time para entrar equilibrado na
final (Foto: Gabriel Hamilko / GloboEsporte.com)

O técnico Marcelo Oliveira aposta em uma final do Campeonato Paranaense ofensiva, com muitos gols e boa para os amantes do futebol assistirem. Coritiba e Atlético-PR precisam de uma vitória para levantar a taça no Couto Pereira. Como os dois rivais precisam do resultado, a ideia do treinador coxa-branca é que o ritmo do início seja grande.

Para conseguir parar o ataque atleticano e fazer valer o mando de campo alviverde, Oliveira teve a semana inteira para trabalhar a equipe e conversar com os jogadores. O grupo já está concentrado, mas terá mais um trabalho na manhã de sábado.

- Vamos com os cuidados necessários no contra-ataque do Atlético-PR, com velocidade e a técnica do Coritiba. Será um jogo aberto. Quem não tiver a bola vai procurar marcar também, mas eu acredito num jogo de mais gols - declara.

O comandante coritibano está atento para qualquer detalhe que possa ser relevante, pois, segundo ele, um clássico importante pode ser decidido em qualquer descuido.

- O futebol é um somatório de detalhes, além do trabalho, da união. Diante de um detalhe, às vezes, você pode ganhar um jogo. Nós treinamos algumas possibilidades e esperamos entrar forte, bem concentrado. O importante é ir muito equilibrado - completa.

A escalação completa do Coritiba só será divulgada no domingo, alguns minutos antes da entrada no Couto Pereira. Mais uma ação do cuidado de Marcelo Oliveira tem com os detalhes. O duelo terá transmissão da RPC TV e o Tempo Real do GLOBOESPORTE.COM, com vídeos.

Atlético-PR pressiona juiz em site: 'Não tente influenciar no resultado'

 

Tom irônico em carta aberta na página oficial do clube pede que o árbitro Adriano Milczvski 'não faça parte da história do Coritiba'

Montagem (Foto: Reprodução/RPC TV)
Adriano Milczvski vai apitar o Atletiba no domingo
  (Foto: Reprodução/RPC TV)

Descontentes com a escolha de árbitros do estado para a final do Campeonato Paranaense, o site oficial do Atlético-PRpublicou uma carta aberta ao juiz Adriano Milczvski, sorteado quinta-feira (10) pela Federação Paranaense de Futebol (FPF) para apitar o clássico final, domingo, no Couto Pereira. No texto, que não foi assinado, o pedido é que “não tente fazer parte da história do Coritiba”.

A carta fala que a “arbitragem preocupa tanto atleticanos quanto coxas-brancas” e coloca o Atlético-PR como vítima de supostos erros de arbitragem nos últimos jogos entre os dois times. De forma irônica, também fala que “a nação alviverde não deseja, mais uma vez, carregar o estigma de que são favorecidos pelo apito”.

Em tom de conversa, o texto pede para que o árbitro Adriano Milczvski “deixe não só a torcida atleticana em paz, mas deles (do Coritiba) também”. Por fim, o site do Atlético-PR apela para “que apite o jogo com justiça, não tentando influenciar no resultado”.

Antes da primeira partida da final do Paranaense, o Atlético-PR havia pedido para a FPF que convidasse um juiz de fora do estado para os dois jogos finais, o que foi negado pela entidade. A pressão continuou logo após a primeira partida, empate por 2 a 2, quando o twitter oficial do clube saiu do tom informativo e publicou críticas a arbitragem “Este será o último estadual que estamos jogando para ganhar, não daremos + "murro em ponta de faca"! Décadas sendo roubados!”.

Site do Atlético-PR pressiona o juiz da final (Foto: reprodução/Site do Atlético-PR)
Através do site oficial, Atlético-PR pressiona o juiz da final (Foto: reprodução/Site do Atlético-PR)

Leia a íntegra da carta abaixo:

Caro juiz.

Neste fim de semana teremos Atletiba. Um dos clássico mais importantes do Brasil vai, mais uma vez, decidir o Campeonato Paranaense.

Porém, a arbitragem preocupa tanto atleticanos quanto coxas-brancas. De um lado, a nação rubro-negra preocupa-se pelo histórico de erros que já prejudicaram o clube.

De outro, a nação alviverde não deseja, mais uma vez, carregar o estigma de que são favorecidos pelo apito. E é justamente sobre nosso coirmão que gostaríamos de conversar com você, senhor juiz.

O Coritiba é um clube de uma bela história. A começar por sua torcida: é a segunda maior do estado, perdendo apenas para a nação rubro-negra. Possui o segundo melhor estádio da cidade, somente atrás do palco do Mundial de 2014: a Arena. Representou nosso estado por duas vezes na Libertadores da Amérida, apenas uma vez a menos que nós atleticanos.

Em respeito a toda essa história, pedimos que o senhor deixe não só a torcida atleticana em paz, mas a deles também. Que apite o jogo com justiça, não tentando influenciar o resultado.

E, mais importante: não tente fazer parte da história do Coritiba Foot Ball Club.

O nome deles é maior do que o seu.


 

COM 'SANGUE NOS OLHOS', SANTOS SE VINGA HUMILHANDO O BOLÍVAR NA VILA


   8 X 0 


A CRÔNICA

 

"Aqui, en Vila Belmiro, la respuesta está dentro de campo". A frase, em portunhol legítimo, estampava uma faixa exibida por torcedores santistas. Era um recado aos jogadores e aos torcedores do Bolívar. Na partida de ida, em La Paz, além da altitude de 3.660 metros acima do nível do mar, o Peixe teve de lutar contra a violência dos adversários em campo e o vandalismo de torcedores, que atiravam objetos no gramado - Neymar, que era um "desconhecido" para o técnico do Bolívar, chegou a ser atingido no rosto. Resultado: Bolívar, 2 a 1.

 

A vingança veio nesta quinta-feira. E em forma de massacre. Com "sangue nos olhos", Neymar, Ganso & Cia massacraram o fraquíssimo time boliviano: 8 a 0. O resultado é a sexta maior goleada da história da Libertadores - a maior é um 12 a 1 do Peñarol-URU sobre o Valencia-VEN, em 1970. O Peixe ficou a um gol de superar seu maior placar na competição - um 9 a 1 sobre o Cerro Porteño-PAR, em 1962.

 

O Santos agora encara um adversário bem mais difícil nas quartas de final da Libertadores: o Vélez Sarsfield, da Argentina. Quem passar pega o vencedor de Corinthians e Vasco nas semifinais.

Embalado pela goleada na Libertadores, o Santos agora se volta para a decisão do Campeonato Paulista. A vantagem é enorme: com os 3 a 0 sobre o Guarani no primeiro jogo, o time de Muricy Ramalho pode até perder por dois de diferença no domingo, às 16h (de Brasília), no Morumbi, que chega ao tri consecutivo.

Ganso Neymar gol Santos (Foto: Reuters)
Juan, Ganso e Neymar: festa do Santos na Vila Belmiro (Foto: Reuters)

Com "sangue nos olhos", Santos massacra
Foi seguramente um dos maiores massacres da história da Libertadores dentro de uma só etapa. Sem tomar conhecimento do Bolívar, o Santos atropelou. Claramente motivado pelos episódios ocorridos no jogo de La Paz, o time de Neymar, Ganso & Cia. parecia querer provar: guerra se combate na bola. E desde o primeiro minuto foi essa a atitude do Peixe.

Minutos antes de a bola rolar, Robinho enviou mensagem surpresa a Neymar. Por meio do telão da Vila Belmiro, o Rei das Pedaladas pediu para o camisa 11 arrebentar e marcar três gols. Também disse que o amava. Da Itália, o ídolo do Alvinegro certamente não esperava que todo o time levaria suas palavras tão ao pé da letra.

 A tradicional "pegada de Libertadores" era nítida. A missão era bem clara: golear o adversário a qualquer custo. Logo aos cinco minutos, o agraciado foi Elano. Atrás de um gol há tempos, o camisa 8, enfim, desencantou. Do jeito que gosta, recebeu passe de cabeça de Neymar e soltou o pé de fora da área. Sem a altitude de 3.660 metros, o goleiro Arguello parece ter sido confundido com a curva da bola, que morreu nas redes. Na comemoração, Elano ajoelhou no gramado com as caneleiras nas mãos, em homenagem às filhas Maria Clara e Maria Tereza, cujos nomes estão gravados no objeto.

Empurrado por uma Vila Belmiro lotada, o Peixe ligou o rolo compressor. Atordoado, o Bolívar até chegou a tentar finalização de fora da área com Cardozo, sem sucesso. Nada importava ao Santos, a não ser massacrar o adversário. A bela linha de passe tramada por Ganso, Adriano, Alan Kardec e Henrique era prenúncio do que viria pela frente. No escanteio seguinte ao lance, veio o pênalti em Edu Dracena. Neymar deslocou o goleiro, se isolou como maior artilheiro pós Pelé, com 105 gols, e "reverenciou" todos os torcedores na comemoração.

Dos 21 minutos, tempo em que Neymar ampliou o marcador, até os 36, o Santos fez mais três. O terceiro deles, porém, deve ganhar placa do presidente Luis Alvaro Ribeiro. Pela esquerda, o craque cruzou rasteiro para Ganso ajeitar o corpo e, de letra, matar Arguello. A bola ainda tocou na trave antes de entrar.

Nem bem deu a saída de bola e o Bolívar já sofria outro gol. Alan Kardec dominou na intermediária, avançou e bateu cruzado de fora da área, sem chances para Arguello. Quando parecia que o massacre já havia terminado, Neymar novamente deu o ar da graça. Pela esquerda, ele achou espaço na defesa do Bolívar, invadiu a área e só deu um leve tapa de direita, definindo os 5 a 0 no primeiro tempo.

Neymar gol santos x Bolivar (Foto: Miguel Schincariol / Globoesporte.com)
Neymar presta reverência à torcida na Vila Belmiro (Foto: Miguel Schincariol)

Parecia que tinha acabado, mas ainda cabia muito mais

Os 15 minutos do intervalo poderiam esfriar o Santos na Vila Belmiro. Era por isso que o Bolívar torcia, mas tal fato esteve longe de acontecer. Incansável, o Peixe queria mais. Nem mesmo o som do "olé" entoado pelos santistas na primeira etapa relaxou a equipe. Entre pontapés dos bolivianos e lindas jogadas de efeito de Neymar e Ganso - por conta de cotoveladas, o meia teve de usar um algodão no nariz durante a partida -, o Santos continuava dando show.

Endiabrado, Neymar seguiu como protagonista. Mas em vez de artilheiro, assumiu papel de garçom. Em mais uma bela jogada pela esquerda, o atacante achou Elano. Com um lindo drible de corpo, lembrando o mesmo movimento executado por Diego, ex-Santos e atual Atlético de Madrid, contra o São Paulo em 2002, o meia tirou o zagueiro da jogada e só deslocou o goleiro: 6 a 0.

Se o Peixe jogava por música, a orquestra tinha de ter mais gols do Maestro. E de tanto treinar, Ganso acertou gol de falta. Desta vez, com bela contribuição de Arguello, que espalmou a bola para dentro, aos sete minutos. Àquela altura, tudo já era festa para a torcida do Santos. Com o placar garantido, Muricy Ramalho promoveu alterações. Alan Kardec deu lugar a Borges e Arouca foi substituído por Ibson.

E em mais outra boa jogada pela esquerda de Neymar, o Santos chegou ao oitavo. O craque gingou na frente dos adversários e rolou para Ganso na entrada da área. De primeira, o camisa 10 deixou Borges totalmente à vontade para finalizar e ampliar.

Mesmo com 8 a 0 no placar, nenhum torcedor boliviano tirou o pé da Vila Belmiro. A motivação era por um gol de honra da equipe celeste. Nos poucos lances de perigo criados pelo Bolívar na etapa final, eles ainda vibravam, mas não puderam comemorar nada. Rafael pegou tudo. Com tudo o que tem direito, incluindo olé, o Santos se garantiu com moral nas quartas de final da Libertadores.

Ganso gol Santos (Foto: Reuters)
Ganso faz a festa, com o goleiro do Bolívar no chão - massacre! (Foto: Reuters)